A antiga civilização egípcia era bastante complexa em sua organização social e muito rica em seu desenvolvimento cultural. Como havia a forte crença em uma vida depois da vida, a arte voltava-se sobremaneira para esse aspecto da religiosidade. E tinha-se na figura do Faraó uma centralização e uma representação de todo o povo. Preservar o corpo do Faraó e dota-lo dos meios próprios para a segunda vida, era garantir a todo o povo as mesmas possibilidades. O faraó era mais do que um simples governante. O faraó englobava o próprio povo, seu destino e sua eternização.
A arte egípcia teve algumas características básicas que a distinguiram:
Na representação da figura humana, o rosto era sempre apresentado de perfil, mesmo os olhos sendo mostrados de frente. Isso nos dá um certo ar de irrealidade. O tronco era apresentado de frente mas as pernas sempre estavam de perfil. Esse é um aspecto bem curioso e chama-se lei da frontalidade. É fácil observar essa característica na maior parte dos auto-relevos e representações pictóricas do antigo Egito.
Havia um outro aspecto, conhecido como peso da alma. As pessoas mais importantes eram representadas em tamanho maior. Assim, o Faraó era sempre maior do que sua esposa. Em seguida a esses, pela ordem de tamanho, vinham os sacerdotes, os escribas, os soldados e finalmente o resto do povo. Por isso transmite-se a idéia de que os faraós eram figuras gigantescas, o que nem sempre era verdade.
Um outro padrão também nos aparece como curioso. As figuras masculinas usavam o tom vermelho e as figuras femininas o tom ocre.
Entretanto, o que mais se destaca na arte egípcia é de fato a arquitetura, através da construção de templos de tamanhos monumentais. A primeira imagem que nos vem em mente é a imagem de uma pirâmide. As pirâmides eram túmulos para os faraós e tinham uma área de ocupação muito pequena, em relação ao tamanho do monumento.
Projetação Transversal da Pirâmide de Queops
É difícil imaginar como eram construídas as pirâmides. Devemos sempre ter em mente que foram levantadas dezenas de séculos antes de Cristo. Esse corte representativo é da pirâmide de Queops, uma das maiores. Essas construções foram erguidas unicamente com a função de túmulo e de preservação do faraó. A arquitetura egípcia era monumental em todos os aspectos.
Em algumas dessas pirâmides foram encontrados tesouros, também de proporções monumentais. No túmulo de Tutancâmon, por exemplo, foi encontrado um grande tesouro. Tutancâmon foi um faraó que morreu aos 18 anos de idade. No Vale dos Reis, onde está o seu túmulo, o sarcófago que continha a múmia do jovem faraó era feito de ouro maciço com aplicações em azul, coral e turquesa. O seu trono, datado do século XIV a.C. era feito de madeira esculpida, recoberto inteiramente em ouro e ornamentado com incrustrações multicoloridas em vidro, cerâmica esmaltada, prata e pedras preciosas. Esse trono está hoje no Museu Egípcio do Cairo e constitui-se em uma das peças mais explêndidas do tesouro de Tutancâmon, assim como a sua máscara, uma peça de rara beleza.
Há uma outra coisa muito curiosa a respeito dos monumentos do antigo Egito. Sabe-se que a Esfinge de Gizé não tem o seu nariz completo. Como será que ela perdeu o seu nariz? Esse nariz, datado de 2500 anos antes de Cristo, foi destruído por uma bala de canhão.
Haviam tropas Turco-Egípcias que controlavam o país desde o século XIV. Quando Napoleão invadiu o Egito em 1798 essas tropas prepararam-se para a defesa da região e enquanto as batalhas não tinham início, treinavam e calibravam os seus canhões atirando na Esfinge e nas Pirâmides. É de se ficar sem compreender como desconsideravam o valor daqueles monumentos. A Esfinge tem 70m de comprimento e 22m de altura.
A arte egípcia estava intimamente ligada à religião, por isso era bastante padronizada, não dando margens à criatividade ou à imaginação pessoal, pois a obra devia revelar um perfeito domínio das técnicas e não o estilo do artista.
A arte egípcia caracteriza-se pela representação da figura humana sempre com o tronco desenhado de frente, enquanto a cabeça, as pernas e os pés são colocados de perfil. O convencionalismo e o conservadorismo das técnicas de criação voltaram a produzir esculturas e retratos estereotipados que representam a aparência ideal dos seres, principalmente dos reis, e não seu aspecto real.
Após a morte de Ramsés II, o poder real tornou-se muito fraco. O Egito foi invadido sucessivamente pelos etíopes, persas, gregos e, finalmente, pelos romanos.
A sua arte, que influenciada pela dos povos invasores, vai perdendo sua características.
A pintura egípcia teve seu apogeu durante o império novo, uma das etapas históricas mais brilhantes dessa cultura. Entretanto, é preciso esclarecer que, devido à função religiosa dessa arte, os princípios pictóricos evoluíram muito pouco de um período para outro. Contudo, eles se mantiveram sempre dentro do mesmo naturalismo original. Os temas eram normalmente representações da vida cotidiana e de batalhas, quando não de lendas religiosas ou de motivos de natureza escatológica.
As figuras típicas dos murais egípcios, de perfil mas com os braços e o corpo de frente, são produto da utilização da perspectiva da aparência. Os egípcios não representaram as partes do corpo humano com base na sua posição real, mas sim levando em consideração a posição de onde melhor se observasse cada uma das partes: o nariz e o toucado aparecem de perfil, que é a posição em que eles mais se destacam; os olhos, braços e tronco são mostrados de frente. Essa estética manteve-se até meados do império novo, manifestando-se depois a preferência pela representação frontal. Um capítulo à parte na arte egípcia é representado pela escrita. Um sistema de mais de 600 símbolos gráficos, denominados hieróglifos, desenvolveu-se a partir do ano 3300 a.C. e seu estudo e fixação foi tarefa dos escribas. O suporte dos escritos era um papel fabricado com base na planta do papiro. A escrita e a pintura estavam estreitamente vinculadas por sua função religiosa. As pinturas murais dos hipogeus e as pirâmides eram acompanhadas de textos e fórmulas mágicas dirigidas às divindades e aos mortos.
É curioso observar que a evolução da escrita em hieróglifos mais simples, a chamada escrita hierática, determinou na pintura uma evolução semelhante, traduzida em um processo de abstração. Essas obras menos naturalistas, pela sua correspondência estilística com a escrita, foram chamadas, por sua vez, de Pinturas Hieráticas. Do império antigo conservam-se as famosas pinturas Ocas de Meidun e do império novo merecem menção os murais da tumba da rainha Nefertari, no Vale das Rainhas, em Tebas.
A pirâmide foi criada durante a dinastia III, pelo arquiteto Imhotep, e essa magnífica obra lhe valeu a divinização. No início as tumbas egípcias tinham a forma de pequenas caixas; eram feitas de barro, recebendo o nome de mastabas (banco). Foi desse arquiteto a idéia de superpor as mastabas, dando-lhes a forma de pirâmide. Também se deve a Imhotep a substituição do barro pela pedra, o que sem dúvida era mais apropriado, tendo em vista a conservação do corpo do morto. As primeiras pirâmides foram as do rei Djeser, e elas eram escalonadas. As mais célebres do mundo pertencem com certeza à dinastia IV e se encontram em Gizé: Quéops, Quéfren e Miquerinos, cujas faces são completamente lisas. A regularidade de certas pirâmides deve-se aparentemente à utilização de um número áureo, que muito poucos arquitetos conheciam. Outro tipo de construção foram os hipogeus, templos escavados nas rochas, dedicados a várias divindades ou a uma em particular. Normalmente eram divididos em duas ou três câmaras: a primeira para os profanos; a segunda para o faraó e os nobres; e a terceira para o sumo sacerdote. A entrada a esses templos era protegida por galerias de estátuas de grande porte e esfinges.
Quanto à arquitetura civil e palaciana, as ruínas existentes não permitem recolher muita informação a esse respeito.
A escultura egípcia foi antes de tudo animista, encontrando sua razão de ser na eternização do homem após a morte. Foi uma estatuária principalmente religiosa.
A representação de um faraó ou um nobre era o substituto físico da morte, sua cópia em caso de decomposição do corpo mumificado. Isso talvez pudesse justificar o exacerbado naturalismo alcançado pelos escultores egípcios, principalmente no império antigo. Com o passar do tempo, a exemplo da pintura, a escultura acabou se estilizando. As estatuetas de barro eram peças concebidas como partes complementares do conjunto de objetos no ritual funerário.
Já a estatuária monumental de templos e palácios surgiu a partir da dinastia XVIII, como parte da nova arquitetura imperial, de caráter representativo. Paulatinamente, as formas foram se complicando e passaram do realismo ideal para o amaneiramento completo. Com os reis ptolemaicos, a grande influência da Grécia revelou-se na pureza das formas e no aperfeiçoamento das técnicas. A princípio, o retrato tridimensional foi privilégio de faraós e sacerdotes.
Com o tempo estendeu-se a certos membros da sociedade, como os escribas. Dos retratos reais mais populares merecem menção os dois bustos da rainha Nefertite, que, de acordo com eles, é considerada uma das mulheres mais belas da história universal. Ambos são de autoria de um dos poucos artistas egípcios conhecidos, o escultor Thutmosis, e encontram-se hoje nos museus do Cairo e de Berlim. Igualmente importantes foram as obras de ourivesaria, cuja maestria e beleza são suficientes para testemunhar a elegância e a ostentação das cortes egípcias. Os materiais mais utilizados eram o ouro, a prata e pedras. As jóias sempre tinham uma função específica (talismãs), a exemplo dos objetos elaborados para os templos e as tumbas. Os ourives também colaboraram na decoração de templos e palácios, revestindo muros com lâminas de ouro e prata lavrados contendo inscrições, dos quais restaram apenas testemunho.
A arte Egípcia surgiu a mais de 3000 anos A.C., mas é entre 1560 e 1309 A.C. que a pintura Egípcia se destaca em procurar refletir os movimentos dos corpos e por apresentar preocupação com a delicadeza das formas.
O local a ser trabalhado primeiramente recebia um revestimento de gesso branco e em seguida se aplicava a tinta sobre gesso. Essa tinta era uma espécie de cola produzida com cores minerais.
Os egípcios ao esculpir e pintar tinham o propósito de relatar os acontecimentos de sua época, as histórias dos Faraós, deuses e do seu povo em menor escala, já que as pessoas não podiam ser representadas ao lado de deuses e nem dentro de templos. Provavelmente eles não tiveram a intenção de nos deixar a "arte" de seus criadores.
O tamanho das pessoas e objetos não caracterizavam necessariamente a distância um do outro e sim a importância do objeto, o poder e o nível social.
Os valores dos egípcios eram eternos e estáveis. Suas leis perduraram cerca de 6.000 anos. O Faraó representava os homens junto aos deuses e os deuses junto aos homens, assim como era responsável pelo bem-estar do povo, sendo considerado também como um próprio Deus
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